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Dois bilhões de moscas (não) podem estar erradas

Um personagem perturbado por ter deixado para trás o sucesso absoluto de público e faturamento. A frente de um projeto perigoso e profundo, encenar uma peça de teatro na Broadway. E em eterna dúvida se tomou o rumo correto ao abandonar os blockbusters de Hollywood. Essa é a temática de Birdman (Ou A Inesperada Virtude da Ignorância), filme candidato ao Oscar 2015. Um salto para longe da popularidade em busca do prestígio.

Invariavelmente as pessoas, empresas e marcas são julgadas pelos seus resultados. Se são populares, vendem muito, estão no caminho certo, ou em outras palavras tem qualidade. Caso contrário, são fracassados. Resultados pouco tem a ver com qualidade ou talento, e nisto Birdman se diverte. Porque bilhões de moscas comem merda, não significa que ela se torne uma iguaria.

Muito tempos atrás vi a capa de um livro do Washington Olivetto na qual ele dizia que a vida tinha ensinado que prestígio vale mais que popularidade. No mundo das redes sociais e da hiper-exposição, muita gente ainda tenta ser popular jogando para torcida ou simplesmente omitindo o que pensa. São legais e populares, mas quanto ao prestígio, bom, o que é isso mesmo?

O inventor do circo moderno, P.T. Barnum dizia que nasce um idiota a cada minuto. E que isso era suficiente para que seu negócio nunca se acabasse, movido a anúncios que o consagraram como o Shakespeare da publicidade da sua época. Toda vez que ouvir:

“Não perca a oportunidade da sua vida”;

“Edição limitada de colecionador por um inacreditável preço promocional”;

“Todos os itens devem ir, estamos fechado as portas para sempre”.

Você está escutando Barnum gritar nos seus ouvidos. Transformando produtos em popularidade, e popularidade em muito dinheiro.

A popularidade virou um vício, uma necessidade. Precisamos de números, cada vez mais altos. O prestígio ficou esquecido em algum depósito perdido. Poucos se preocupam com ele, pois vale mais ter 1 milhão de curtidas do que conteúdo. Ou milhares de corpos atrás do trio elétrico, mas nada dentro da música. Alguém diria tempos medíocres esses. Seria pouco popular, mas certamente poderia ter prestígio.

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