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Os lugares mais quentes do inferno são reservados àqueles que se mantêm neutros

Grande parte dos produtos fracassa. Muitos não sobrevivem um ano no mercado. Há estatísticas alarmistas que colocam uma taxa entre 75% a 90% de insucessos. Muitos continuam por capricho ou paixão do gestor, orgulho no catálogo e vergonha nas vendas. Esse ciclo se estende às marcas, negócios, ideias e empreendimentos. Dar errado começa quando sequer você foi percebido. Chegou em uma festa já lotada e ninguém nota sua presença. Nem sua ausência.

Chamar a atenção não é tarefa fácil. Nunca foi, hoje muito menos. No princípio do Marketing a disputa por atenção era infinitamente menor. Agora ela se tornou uma barreira maior que divide àqueles que ficam dos que avançam. Vale para o professor em sala de aula, para aquela cidade que deseja ser destino turístico, para a nova igreja do bairro. Se não tiver atenção do seu público, o resto todo pode ser jogado fora. De nada adiantará um belo serviço, pessoas atenciosas para atender, a grana gasta com o arquiteta para montar o restaurante. Você continuará o invisível na festa. E ninguém conversa com aquele que não se vê.

Captivology (em português, O Poder da Atenção), livro de Ben Parr, foi escolhido como um dos melhores livros de marketing pela Strategy+Business Magazine. Nele Parr sugere que há 7 melhores estratégias para atrair seu público:

Agente das reações automáticas: estímulos sensoriais (cores, sons, símbolos) para provocar respostas automáticas. Olhe para o site da Amazon e vai encontrar diversas pistas deste agente te provocando atenção.

Agente do enquadramento: transforma uma visão de mundo por adaptação ou mudança para que as pessoas olhem para você. Escute Donald Trump falando é você irá perceber que as palavras escolhidas são para moldar uma visão que desperte o público.

Agente da ruptura: surpreende e subverte expectativas do público para mudar aquilo que prestam atenção. A recente campanha da Nextel utilizando Junior e Daniela Cicarelli falando sobre as dores de suas carreiras surpreendeu rompendo o uso tradicional de celebridades.

Agente da recompensa: joga com influências envolvendo recompensas extrínsecas e intrínsecas. Os sites de reserva de hotéis utilizam diárias grátis para manter você atento e vinculado à plataforma.

Agente da reputação: especialistas, autoridades e sabedoria popular têm reputação para gerar confiança e conquista do público. Cremes dentais, colchões, rações caninas e sites de e-commerce usam profissionais respeitados ou popularidade para atrair sua atenção.

Agente do mistério: incerteza, suspense, mistério mantém o engajamento do público. Mais de 60% dos usuários do Netflix assistem mais do que 2 episódios por vez.

Agente do reconhecimento: cria uma conexão profunda, porque as pessoas querem prestar atenção àqueles que as compreendem. A longevidade da carreira de Madonna na efemeridade do mundo pop está ligada à compreensão de tendências e momentos de seu público-alvo e reconfiguração de sua figura para eles.

Atrair a atenção envolve sair do lugar comum da categoria, combinando os agentes acima para trazer os olhos do público para você. Deixar de ser um insignificante na multidão envolve coragem. Neutralidade é sinônimo de não atenção. Dizer o mesmo que outros já dizem ou não dizer nada somente vai te garantir um lugar bem quente. No inferno dos negócios.

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1 Comment

  • Reply Felipe Schmitt-Fleischer - Num mundo cheio de melhores, surpresa é a marca assumir a verdade - Felipe Schmitt-Fleischer

    […] além das suas forças (não as de mentirinha), também as suas fraquezas. Aqui entra em ação o Agente da Ruptura, uma das formas de capturar a atenção das pessoas, ativo cada vez mais raro no mundo dos […]

    junho 19, 2019 at 8:32 am
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