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O cara que inventou a roda era um idiota. O cara que inventou as outras três é que foi um gênio.

O fracionamento dos processos e pensamentos leva a uma visão de que as empresas são um conjunto de departamentos. E que a soma deles deveria formar algum sentido. Será? Vejo especialistas em controladoria somente falar de números e pensar que pela demonstração financeira conseguem todas as respostas. Assim como analistas de marketing que fazem belos PowerPoints mas se arrepiam ao chegar perto de uma planilha para demonstrar os resultados que trarão.

Já assisti inúmeras apresentações enfadonhas, de consultores a gestores, tentando mostrar algo que pudesse remotamente motivar a equipe. O resultado como diria um professor de inglês: “Rubbish!” Em grande parte porque falham na sensibilização das pessoas. Não há conexões e a turma dorme no terceiro slide ou na quinta linha do emaranhado de células com números. Em suma, parte-se da ilusão que é possível  “programar” os funcionários jogando informação de forma lógica. Será?

Richard Conniff no excelente História Natural dos Ricos cita uma frase que diz que “somos todos o mesmo bicho, com ou sem os Cartier.” Alan Kay, executivo da HP aprofundou: “Se formos além da superfície numa típica reunião de Conselho de uma empresa, veremos que não passamos de homens das cavernas com pastas de executivo ansiosos por ouvir as histórias de alguém com algo inteligente a dizer.” As histórias nos envolvem e fazem acreditar (ou não) em um direcionamento. E isso é mais da metade do caminho: se convencer e acreditar que é possível.

Juntar as peças e contar uma história é fundamental para trazer as pessoas para seu lado. As metáforas e as analogias enriquecem as percepções. O high tech (sistemas, planilhas e seus afins) são importantes para a gestão, no entanto não são mais suficientes. Daniel Pink enfatiza isso nos termos high concept (a capacidade de criar beleza artística e emocional, combinar ideias para formar algo novo e conceber uma narrativa interessante) e high touch (criar laços de empatia, compreendendo as características humanas e buscar propósito e sentido).

Grande parte das marcas executa essas ações combinadas na construção de sentido e relacionamento com seu público. Na esfera dos esportes, as marcas bem sucedidas contam com abordagens que envolvem os conceitos de Pink. A próxima vez que estiver responsável por conduzir pessoas e marcas lembre-se disso. Nas palavras de Sid Caesar, não esqueça as outras três rodas.

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