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Qual a marca do seu lugar?

Quais as primeiras coisas que lhe vem à mente quando falam de Las Vegas? Em outras palavras, qual a imagem que tem da cidade do pecado? Jogos, cassinos suntuosos, strippers, festas, pool parties, bebida, sexo, dinheiro, fichas, prazer, boxe ou o programa Trato Feito? Cidades, regiões e países são marcas. Ou tem apenas uma imagem difusa e até mesmo esquecida na mente dos viajantes.

Aos que não tem marca resta venderem meros produtos. No caso de lugares, sem marca sobra pouca coisa para comercializar o destino. E tudo isso em um cenário de competição altíssimo. Mesmo que o turismo cresça a boas taxas anuais, as opções que disputam o bolso dos viajantes são diversas. O Brasil patina no segmento, com um fluxo ridiculamente pequeno para um país continental, com diversidade de atrativos e mais de 8 mil quilômetros de praias. São em torno de 5 milhões de visitantes estrangeiros, sendo que metade vem dos países limítrofes.

Muito desse fracasso brasileiro se refere a falta de marca. Estamos há anos enfraquecidos em cima de estereótipos falsos e outros nem tanto. Voltando a Vegas, a partir dos anos 70 houve uma virada que tornou a cidade em um grande parte temático. Cassinos gigantescos, atrações para toda a família, parques de diversão, shows para todos. A velha tentação de não abrir mão de nenhuma parcela dos clientes potenciais. A cidade do pecado começou a se transformar em uma Disney do deserto.

Mas Vegas não era isso. A conexão emocional da marca com as pessoas é Liberdade. E dividida em 2 níveis: liberdade para fazer coisas, ver coisas, comer coisas, vestir coisas, sentir coisas. Aquela liberdade para ser alguém que não seria em casa. E a outra liberdade para deixar para trás as coisas da rotina diária. A conexão entre Vegas e a liberdade que tanto buscamos e queremos. Culminando com a manchete criada pela R&R Partners em 2003 e retomada ano passado: O que acontece aqui, fica aqui. Distancia da proposta familiar e mostra que a cidade é muito mais que jogatina.

Pense em San Francisco, Nova York, Chicago, Miami, Nova Orleans. Cada qual com sua identidade e posicionamento bem construídos. Especificamente em relação a Nova Orleans, o posicionamento lembra em parte Las Vegas, mas com um tom mais visceral, autêntico e vindo das ruas. Liberdade para viver a vida de forma divertida, com bebida, festa, música da melhor qualidade, santeria, comida cajun e creole.  Poucos limites na pimenta e na atitudes. Isso e mais um pouco faz com que as pessoas escolham suas preferências. Entre tantas alternativas, as mais vivas, intensas e reconhecíveis são as tintas mais frescas. Marca, sim, seu lugar precisa dela!

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1 Comment

  • Reply Felipe Schmitt-Fleischer - Las Vegas - Felipe Schmitt-Fleischer

    […] Las Vegas quase se perdeu tentando ser uma ilha de diversão familiar, quando na verdade é um portal para liberdade adulta. A possibilidade de viver e fazer o que quiser, sem impeditivos, fugindo da rotina e de seu papel […]

    fevereiro 27, 2019 at 8:01 am
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