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O camelo foi um cavalo construído por um comitê

Alguns adoram comitês. Eles dividem responsabilidades e em tese colocam todos no mesmo barco. Baixam o risco de alguém tentar remar para o lado contrário. Criam a paz para as decisões colegiadas. Unindo diversas mentes juntas, espera-se criar algo mais poderoso que poucos pensando sozinhos. Nem sempre o que brilha é brilhante. Uma verdade também para os comitês.

Para tomar decisões é preciso ousadia. Em muitos casos romper com status quo. Ir além do que já foi pensado ou aquilo que o senso comum imagina como adequado. O oposto do que a grande maioria dos comitês é. A média, mediana, medíocre. Das ideias que ficam pasteurizadas após várias lapidações políticas. O corte de tudo que possa desagradar algum membro do comitê.

Cavalos viram camelos e ideias inicialmente boas acabam em mais do mesmo. O universo das marcas está cheio de grandes e pequenos exemplos de comitês que aposentaram quem nem estreou. Pense em grandes produtos e marcas e investigue quantos foram criados pelo colegiado. Red Bull foi odiado por todos e teve como diagnóstico a grande lata de lixo das novidades. Alguém resolveu levar adiante. E não foi um comitê.

Já dissemos em algum lugar que as grandes marcas, as que usualmente citamos como admiradas, são produtos centrais de suas lideranças executivas. Não são resultados de comitês de marketing. Em todos os projetos de construção e posicionamento de marca que participamos um dos pontos mais importantes é trabalhar com um time muito enxuto de líderes. O menos é mais. Porque o mais é o caminho mais curto para tornar tudo difícil até o ponto que se desista.

Quando a execução se aproxima, geralmente tudo é empurrado para a média. Daquilo que já foi feito antes. Do que se alcança com as mãos. E ali não está aquilo que alimenta as grandes ideias. Acabam definhando no momento da verdade. Nesta altura o camelo pede água. E a equipe parte para uma nova rodada ao redor de mais uma das tantas mesas de comitê.

 

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