Em um trem de Nápoles a Milão, um italiano folheia uma revista na qual um anúncio estampa a figura de um carro e a manchete: “Sem Sinônimos, Apenas Antônimos.” Tal qual a diferença abissal entre as duas cidades da Itália, esse pequeno carro inglês também deseja criar um distanciamento, entre os que gostam ou os que odeiam sua proposta. Assim o MINI Cooper renasceu.
Esse carro marcou a Inglaterra e seus costumes na geração dos anos 60. Entre as características principais desse automóvel estavam:
-Compacto funcional
-Painel feio
-Suspensão ruim
-Interior apertado
-Problemas com corrosão
Esse conjunto de associações ainda permanecia vivo na mente dos consumidores quando a marca BMW adquiriu a licença e aceitou o desafio de relançar o MINI. Afora tudo isso, o carro era associado à cômica e atrapalhada imagem do Mr. Bean, por ser o veículo que usava em suas aventuras. Obviamente era preciso reinventar o carro para uma nova era, porém preservando aspectos icônicos de seu passado. Dizem que os brinquedos dos homens quando são crianças permanecem quando crescem, apenas mudam de tamanho (e de valor). Assim o MINI apoiou-se em seus atributos compacto e esportivo diferenciados. Em resumo a marca representava Paixão pela Excitação, apoiada em três pilares fortes: Extroversão, Espontaneidade e Elegância.
A identidade de marca foi muito bem comunicada, desde a publicidade até as revendas, passando pela reestilização do produto capaz de mais 250 opções de customização, além da onipresença no cinema. O resultado final é um posicionamento único, carregando algum ar retro, porém renovado pela tecnologia alemã. Ao contrário da estratégia da Volkswagen que no relançamento do New Beetle apostou muito mais em nostalgia, que tem um grau de temporalidade, a BMW preparou o MINI para conquistar e manter-se forte em sua categoria.
E sua empresa, está aproveitando ondas momentâneas de mercado ou está preparada para consolidar uma posição duradoura?
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