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A diversidade que não quer a diversidade

A história humana é feita de avanços e retrocessos. Já vivemos guerras terríveis, períodos de prosperidade, pandemias e ciclos de crescimento e depressão. O espírito humano sempre foi o de avançar, o que muda é o conceito do que significa avançar. Possivelmente hoje vivemos tempos que guardam uma curiosidade ímpar. O suposto avanço pode esconder um enorme retrocesso. Existe um forte movimento ativista, presente em ONGs, partidos políticos, permeando as redes sociais e as ruas que exige liberdade e diversidade. Objetivos nobres e quase universais, excluindo tiranos e intolerantes. No entanto, a nobreza das ideias e dos gritos pode conter objetivos bem opostos ao que supostamente parece ser.

 

Os inimigos são os outros

 

O ativismo precisa de inimigos para se manter aceso. Eles hoje podem ser chamados racismo, capitalismo, mérito, virtude. Há um ódio contra o sucesso, mesmo quando alcançado como resultado do trabalho e do talento. Há um ódio contra o capitalismo, mesmo que ele tenha sido o sistema econômico que mais trouxe avanços e tirou pessoas da miséria. Alguns chegam ao ponto de dizer que capitalismo e racismo são irmãos. Isso claro, digitando em um smartphone dentro de uma rede social, ambos produtos desta mesma lógica capitalista “perversa”. Aqui não há negação de que existam problemas, mas que as soluções propostas vão acentuar e criar novas dificuldades, talvez piores que as existentes.

 

Empresas na defensiva, ideias absurdas na ofensiva

 

Muito tempo atrás um autor disse que vivemos a era aonde as formigas têm megafones. Todos têm voz e grupo organizados fazem um som ensurdecedor. Patrulham marcas, empresas e comportamentos de todos. Aqueles que supostamente não se encaixam no modelo de “certo” são rapidamente atacados. O formigueiro se volta contra o inimigo, fazendo com que empresas vivam de desculpas públicas e promessas de mudanças, sem sequer questionar se as mudanças são positivas ou não. Uma inversão de prioridades passa a ser a regra. Ao invés de lutarmos por melhorar a educação e preparação das pessoas que entram no mercado de trabalho, independente de raça, sexo ou classe social, programas de contratação baseados em critérios que fogem das capacidades e habilidades são promovidos. Sob a ótica do consumidor, você quer comprar um pão na padaria que faz melhor para seu gosto, não naquela que cumpre cotas. Sob a ótica do empreendedor, você quer investir em um negócio que se destaque dos demais pela sua competência. Sob a ótica do investidor, você coloca dinheiro em negócios que têm a chance de vencer.

 

Prioridades invertidas

 

Qual sentido de discutir linguagem neutra, enquanto esgoto corre a céu aberto? Por que impedir as pessoas de debaterem, alegando que o lugar de fala não as qualifica para argumentar? Qual defesa de liberdade é aquela que impede o outro de exercer essa mesma liberdade? Pois justamente a liberdade existe para garantir a fala daquele com o qual discordo frontalmente. Há prioridades invertidas. Um espírito de divisão e de equivocadamente colocar a culpa no passado e tentar construir um futuro impositivo. Baseado em uma suposta pureza dos ideais cheios de virtude exagerada. Que considera todos outros que pensam diferente como adversários. De certa forma, o ativismo acaba por matar a liberdade de argumentar e a diversidade de pensamentos. Bases do liberalismo e da democracia.

 

Marcas precisam coragem para se posicionar

 

O silêncio e a conivência de marcas  com estes comportamentos é constrangedor. Para surfar na onda da moda, abraçar uma causa para vender no combo ou mesmo por absoluto medo de dizer o que pensa. Como a revista The Economist lembrou, o liberalismo se choca muitas vezes com a natureza humana. Envolve defender o direito de contrários falarem, mesmo que você saiba que estão errados aos seus olhos. As mais profundas crenças suas precisam ser postas à prova, geralmente um fato que os dogmas políticos acabam por impedir. Negócios e empresas são expostos à destruição criativa. O mérito faz com que as pessoas, inclusive as que gostamos, avancem ou não. Você precisa aceitar a vitória dos adversários. Não é com política de cancelamento, bloqueio e imposição de comportamento que avançaremos. Como a revista inglesa destacou, o liberalismo clássico aceitava que a liberdade de você balançar o punho ia até onde começava meu nariz. Hoje os ditos ativistas progressistas argumentam que a liberdade de expressar opiniões termina onde começam os seus sentimentos. É o cerceamento do progresso humano, disfarçado sob um manto de falsa virtude do bem. Isso nunca levou a nenhum lugar bom. E não será agora. Coragem para todos que discordem disto ocuparem o seu espaço. Inclusive as marcas. 

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