Livros sobre grandes empreendedores geralmente escorregam pelos autoelogios (e por subtrair os percalços do caminho). Não é o caso deste livro, talvez pelo distanciamento histórico com a personagem. Tantas décadas separam a obra de sua morte que muitos eventos são apenas meras suposições ou teorias por parte da autora. A Viúva Clicquot é uma história que se passa em um período turbulento da Europa, no qual uma incipiente indústria começava a tomar forma e conquistar o gosto das classes privilegiadas da época. No centro disso tudo uma mulher. Que não se rendeu às convenções do seu tempo, assumiu o controle da companhia e executou estratégias muito ousadas.

Quando contexto e coragem se unem

Tilar Mazzeo retrata uma Barbe-Nicole Clicquot Ponsardin muito resiliente, perante os reveses de um início problemático. Do mesmo modo, aproveitou janelas de oportunidade para com muito risco conquistar mercados que poderiam garantir a fama e o faturamento para sua casa de Champagne. Poderia ter dado tudo errado e nem aqui estaríamos escrevendo sobre um livro que possivelmente não existiria. No entanto, o contexto empurrou a marca à frente. De uma vinícola local para uma das grandes marcas de luxo global. O contexto ajudou, mas certamente o espírito e a coragem de Barbe-Nicole foram fundamentais no sucesso que alcançou. Aproveite!