Uma sala repleta de diretores de uma grande empresa de seu segmento. Todos da segunda e terceira geração da família fundadora, já no posto de responsáveis pelo presente e futuro do negócio. Na tela aparecem imagens e a atividade pede que digam as primeiras impressões que eles enxergam. Uma apresenta homens de terno sorrindo. A resposta unânime dos presentes: “estão de férias!”. Uma certa surpresa, afinal estão vestidos como executivos. Perguntamos, mas por que “férias”? E a explicação: “ora, estão felizes!”
Quantas empresas que você conhece tem ambientes tristes? Quantos profissionais vivem em eternas segundas feiras chuvosas? Contam as horas como dias no calendário de um presidiário. Estão ali por estarem (ou precisarem, nas suas palavras). Ou porque é da família, ou porque nada melhor apareceu, ou porque simplesmente precisam daquele dinheiro.
A mudança está sempre na curva seguinte. Pretendem começar aquilo que deveriam ter começado. Ou fazer aquilo que queriam ter feito muito tempo atrás. No entanto, invariavelmente isso não passa de um discurso. Justificativa para os outros e uma forma de auto engano. As consequências são a própria infelicidade e uma empresa na qual os propósitos morrem em gavetas vazias e mesas empoeiradas.
Como já abordado, a ausência de propósitos coloca empresas e marcas nas prateleiras do mais do mesmo. Sobreviventes no mercado, às vezes invisíveis, em outras guerreando pelo preço ou pela brecha deixada na distribuição. Mas sempre correndo o risco de serem descartadas na próxima compra. Em alguns momentos o dinheiro é usado como justificativa e propósito. Como se ele não fosse mera consequência (e não motivo para as ações).
Tal qual o comercial da Ikea abaixo, há pessoas, empresas e suas marcas que precisam urgentemente “mudar a cadeira de lugar”. Sair da posição de velhos encostados no banco de praça jogando milho. Para alguns, não apenas a cadeira serve, precisam mudar todo mobiliário para enxergarem um outro enfoque do mundo e do mercado. Ou esperarem simplesmente e a morte chegar.
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