Há um certo consenso que o passado foi um lugar mais tranquilo para empreender. Talvez porque com o distanciamento do tempo, as coisas tomem um aspecto mais colorido e agradável do que realmente eram lá atrás. Bob Dylan chegou a dizer que a única coisa que podemos mudar não são o presente ou o futuro, mas o passado. As pessoas, as empresas, as marcas, e em especial os países fazem isso a todo momento. Já se disse que o nacionalismo é uma espécie de memória coletiva de histórias passadas de fracassos. Mas podemos mudar o futuro sim, a partir de hoje. E isso vale para as marcas.
Muito já se falou sobre Propósito e seu poder para engajar pessoas e marcas em ideais e ações compartilhados. Olhar para o mesmo horizonte embaixo do mesmo sol. Problemas, dores, momentos da verdade, estão por aí espalhados afligindo o mundo. A rede francesa de varejo Intermarché identificou um dos grandes absurdos que envolve o seu negócio e resolveu abraçar uma causa: a de evitar o desperdício de alimentos. Uma boa parte das frutas e verduras produzidas no campo é jogada no lixo ao longo do processo até chegar no supermercado. Uma das razões é a questão estética, tudo que não se encaixa no padrão típico do alimento é descartado. Para mudar isso, a Intermarché lançou uma categoria econômica de frutas e verduras (vídeo abaixo), aonde o consumidor pode adquirir estes infelizes e feios, mas que possuem o mesmo sabor dos outros, por um preço menor.
As pessoas não estão só procurando marcas diferentes. Elas querem marcas que permaneçam diferentes (e acreditem nisso). Existe um teste do tempo envolvido, aonde se vive passado, presente e futuro. O que importa de fato envolve não apenas conhecimento da marca, mas o que as pessoas acreditam. As pessoas querem acreditar em marcas que hoje são diferentes e continuarão sendo assim no futuro. Uma mensagem confortante que tudo e todos aqui estarão bem, não somente neste exato momento, mas amanhã.
No caminho de encontrar um propósito, caso ele não esteja já impregnado desde a origem da empresa, é preciso liberdade, ousadia e convicção. De certa forma é preciso dar um “cheque em branco” para a equipe, sair do campo gravitacional das obviedades. Escavar o passado do negócio, as origens das ideias, as crenças dos envolvidos. Utilizar técnicas, métodos, porém sobretudo muito envolvimento de um time responsável. São pessoas que moldam ideais e os levam com fé, perseverança e ações adiante. O momento pode parecer complicado hoje. Mas sim, ainda é a segunda melhor oportunidade para você construir uma marca.
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