Ser verdadeiro parece um conceito meio clichê. Descascando um pouco mais do que cabe dentro dele, você pode se dar conta que nem tudo é o que parece. O que é verdade? O que seria “ser verdadeiro” dentro do marketing? Percebe-se que há certa flexibilidade nas respostas. Analise se as marcas que você curte e consome são estritamente verdadeiras? No produto, na comunicação, no preço, no serviço ou quando as coisas dão errado? Hoje esconder fatos das pessoas se tornou algo bem complexo. Anteriormente um investigador teria que entrar em fábricas de uma marca esportiva, sua história ser relatada por uma escritora ativista e o livro lido e comentado mundo a fora. Hoje basta um smartphone e uma rede social, de qualquer um. Com certeza, marcas com telhados de vidro encontrarão muitas pedras no ar. Ou fuja das pedras, ou quem sabe uso outro material para fazer o telhado da sua proposta de negócio.
O exagero em ser autêntico pode soar não verdadeiro
No branding, marcas procuram desesperadamente buscar posições diferentes das centenas de competidores. Encontrar o seu eu único, a sua honestidade sincera. Depois de “descoberta”, passa a ser guia da estratégia, sintetizada no posicionamento e na manchete da marca. Algumas vezes, autoelogiosa (Madero – o melhor hamburger do mundo), outras vezes autoirônica (Carlsberg – provavelmente não a melhor cerveja do mundo). Talvez esteja pensando qual das 2 frases anteriores carrega mais honestidade. Sempre é um perigo falar de si próprio sem soar um pouco falso, em qualquer sentido. Vale para as marcas também. Não recomendamos esse caminho. Antes de colocar os holofotes sobre sua própria cabeça, direcione para fora da marca, aonde estão as pessoas. Não fale de seus benefícios, vantagens (ou até mesmo falhas), enfatize crenças compartilhadas. Claro, ligadas a algo que você também acredita e que em parte seu negócio se envolve e pode ajudar as pessoas.
Na ansiedade de se manter honesto e verdadeiro, alguns negócios cometem exageros, como o caso da cerveja BrewDog. Misturando autoelogio exagerado para mostrar-se alheio do mainstream do branding, o resultado acaba sendo bem discutível.
Veja esse curioso caso no link abaixo:
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