Quando você lembra de experiências, seja uma festa familiar, uma viagem inesquecível ou a última vez naquele restaurante preferido, detalhes surgem na mente. Alguns deles irão te acompanhar por anos, mesmo que as imagens mentais comecem a ficar borradas pela ação do tempo. Nosso comportamento também depende de uma boa camada de detalhes. Procuramos prestar atenção neles para entender o que está acontecendo, qual atitude devemos tomar, para onde devemos ir. Todo esse conjunto de informação é processado de forma não racional e no leva a tomar uma decisão.

No contexto dos detalhes vivem as marcas

Imagine uma categoria com a qual não tenha muito contato. Vou te ajudar. Durante muitas décadas o whisky foi um produto muito popular. Das marcas mais baratas e democráticas de blends até os single malts envelhecidos por vários anos e símbolos de status e poder. Apesar de ter sofrido nos últimos tempos várias tentativas de rejuvenização, seja pelo incentivo no uso em coquetéis ou no reposicionamento de marcas como Johnnie Walker e sua célebre manchete de marca Keep Walking, a bebida ainda tem uma cara datada, antiga e distante para grande parcela dos consumidores. Além disso, campanhas contra o álcool empurraram o consumo contra a parede. Voltando ao teste, se você for alguém não muito habituado com a categoria whisky, ele vai dizer muito sobre detalhes. Observe a imagem abaixo de 2 marcas de whisky escocês.

Identifique o que estas marcas lhe parecem?

Se para você as 2 marcas são ilustres desconhecidas, então vai ser necessário investigar um pouco mais. Olhe para as cores, os nomes, as embalagens, os rótulos. Cada detalhe vai compor uma imagem mental definida com pistas do que pode estar ali. Talvez alguns detalhes de ambas tenham se destacado.

A Glenmorangie pode lembrar algo mais artístico, delicado, inspirado na sofisticação da moda francesa. Por outro lado, a Ardbeg passa uma informação mais dura e pesada, mostrando confiança e orgulho discretos em sua imagem mais elitizada. O conjunto das sensações e impressões que cada um tem individualmente vai montar uma visão de qual mensagem cada marca está implicitamente comunicando para as pessoas.

Ao final, você pode ter chegado as mesmas conclusões. Ou não, já que as impressões geradas são bastante pessoais. Independente da mensagem propagada pelas marcas, foram os detalhes que te levaram a elas. Neste caso, unicamente baseados em 2 imagens de produto e suas respectivas embalagens. Nada mais. Chegamos a percepções diferentes, mesmo que o proprietário seja o mesmo (as 2 marcas pertencem ao conglomerado de luxo LVMH). Agora imagine quantos pontos as pessoas tem contato com seu negócio? Além do seu produto físico, a voz e a educação do atendimento telefônico, sua frota, seus vendedores, o uniforme da equipe, a fachada da empresa, suas redes sociais, apenas para citar alguns entre dezenas. Cada um fornece uma série de pistas para seus clientes formarem uma imagem da sua marca. O sorriso na recepção do restaurante pode ter tanta influência quanto o capricho do prato escolhido. A experiência em loja ajuda tanto quanto a variedade de produtos no estoque.

Os detalhes farão seu negócio ser o escolhido

É fundamental que você reconheça todos os pontos que ajudam a construir a percepção dos clientes com sua empresa. E que cada um destes contatos ajude a gerar a imagem desejada. Isso é o que o Branding faz pelos negócios. Define quais são os elementos mais importantes que o negócio deseja que sejam reconhecidos e como a empresa deve agir para que essa percepção seja construída na mente das pessoas. Sim, sua marca é a soma de todos os detalhes, e eles devem estar ligados entre si para contarem sempre a mesma história verdadeira. Isso fará toda a diferença quando aquele possível novo cliente estará diante de tantas escolhas, e entre elas estará o seu negócio.