Follow me:

O encantamento trazido pelos problemas verdadeiros

Somos encantados por soluções. Gostamos de produtos que resolvem nossas necessidades. Procuramos serviços que facilitem nossa vida. As respostas nos seduzem. Trazem alívio. Queremos atalhos para poupar nosso tempo, nossa energia. Bem natural à forma como funcionamos, típico do ser humano. No entanto, há um pequeno detalhe fundamental. Soluções, resoluções, respostas só surgem a partir de problemas. É necessário a pergunta antes ser formulada. Bem formulada. Apenas a partir daí poderemos chegar do outro lado.

 

 

“Um problema é a fundação para uma ideia criativa”

 

 

A frase de David Murray parece bem adequada para retratar este ponto de partida. Incômodo para muitos, por isso infelizmente evitado. Quando deveríamos nos encantar por dúvidas e problemas, somos programados para fugir deles. Darwin dizia que “foi mais difícil determinar quais são os problemas do que resolvê-los”. Einstein constatou que “a mera formulação de um problema é bem mais essencial do que sua solução”. Parece claro que não podemos saltar etapas, por mais desconfortáveis e contra-intuitivas que possam parecer inicialmente. Porque sem a fundação certa, nossas ideias florescerão sobre lugares equivocados. A irrelevância poderá ser um destino bem provável. Seja o que for que estiver tentando criar.

 

 

Procurando problemas nos lugares certos

 

 

Perguntas certas são críticas. Nem tudo que está diante de você pode ser o problema certo a resolver. Daniel Kahneman já disse que seres humanos costumam substituir perguntas difíceis (e certas) por perguntas fáceis (e erradas). Exemplo, questionar se o produto que você vende continuará relevante para as pessoas nos próximos 5 anos poderá ser rapidamente trocada pela pergunta se este mesmo produto teve boa performance nos 5 anos que se passaram. Este equívoco mortal com problemas te leva para o lado errado. Morgan Jones, ex-analista da CIA diz que os erros mais comuns na definição de um problema são os de escopo. As pessoas definem o problema de maneira muito estreita ou muito ampla. Avaliando a prospecção comercial, a preocupação com a cor da capa do calendário que vai dar de presente aos seus prospects é um problema estreito. Já a taxa de conversão dos contatos pode ser um problema muito amplo.

 

 

Insista nos porquês

 

 

Quanto mais fundo você for no questionamento, mas sólido será o problema encontrado. Vamos pensar em um problema simples. Todo mundo vive perdendo coisas. Algumas importantes e outras nem tanto. Perder a chave de casa pode dar uma grande dor de cabeça e te deixar na rua por algumas horas. Como melhorar a solução para esse problema? Colocar chaves maiores, chaves que respondem à nossa voz, chaves que disparam um alarme quando ficam distantes? Poderiam ser todas soluções. Mas quando você pergunta por que existe uma chave, vai chegar na resposta: para abrir portas. Então pode começar a encontrar respostas para outras formas de resolver o problema de abrir portas. Digitais, senhas numéricas, sensores de voz ou a íris do seu olho. Um problema mais profundo foi encontrado, assim uma solução nova foi criada.

 

 

Apaixone-se pelos problemas dos outros

 

 

Soluções sedutoras não são fundamentadas em apenas um problema. Geralmente estão diversos problemas reunidos, como pilares que dão sustentação a nova alternativa. Um aplicativo de transporte resolveu de forma conjunta problemas como por exemplo: chamar rapidamente um carro, saber aonde ele está e quanto tempo levará até você, quanto custará a tarifa e em quanto tempo você estará no seu destino. No entanto, perceba. São todos problemas que afetam diretamente a vida de quem precisava chegar do ponto A para o ponto B. Não eram problemas do dono do aplicativo ou do dono do automóvel. Então, o mais importante de tudo. Caia de paixão pelos problemas dos outros. Sim! Você deve se apaixonar pelas soluções que seu negócio traz (e pode trazer) para as pessoas e não pelos produtos e serviços que solucionam a vida do seu negócio.

 

 

Previous Post Next Post

Você pode gostar também

No Comments

Leave a Reply