Follow me:

Qual a música que sua marca quer dançar?

Muito antes da música no formato de arquivo digital, seja primeiro no mp3 player e depois no streaming, o Compact Disc revolucionou a forma como se consumia este produto. Uma migração importante dos grandalhões disco de vinil ou das pequenas, mas com qualidade duvidosa, fitas cassete. A qualidade laser, a execução em diversos dispositivos, até mesmo em computadores, a durabilidade. Diversas vantagens, menos uma. Para os primeiros usuários da tecnologia era um inferno encontrar os CDs para comprar. Poucas lojas, todas físicas, o comércio online não existia ainda (a própria internet ainda engatinhava).

Então algumas lojas de discos disponibilizavam catálogos para você comprar. Isso mesmo. Catálogos que pareciam uma lista telefônica de uma grande capital. Lista telefônica? Sim, isso também existiu, um lugar aonde você procurava o nome de uma pessoa e assim descobria o telefone fixo da casa dela. Loucura? Um pouco, mas era assim que o mundo se comunicava até pouco tempo atrás. Voltando aos CDs, o tal catálogo trazia artistas e seus respectivos álbuns lançados. Assim, poderia encomendar o seu disco, pagar e esperar algumas longas semanas para ele vir de algum país ao norte.

 

Saltos (e sobressaltos) sempre aconteceram, os atentos têm chance de sobreviver

 

Nosso salto ao passado foi de duas décadas. Mas se voltassemos mais ainda, para antes dos formatos gravados se você fosse uma pessoa de muita sorte, ouviria no máximo 4 vezes sua música favorita durante toda sua vida. Isso porque teria que estar em algum lugar com músicos tocando e os mesmos executassem a tal obra. Hoje o YouTube executa em um dia apenas, 800 anos de música! Nunca se consumiu tanto essa categoria graças a ampla oferta, disponibilidade e facilidade. O benefício da categoria continua sendo o mesmo, mas formatos, dispositivos, formas de comercializar e acessar mudaram consideravelmente.

Mesmo quando o benefício se mantém, muitas empresas e marcas podem ser varridas do mercado se não se atentarem para as mudanças como o mesmo é entregue e consumido pelas pessoas. A música é só um exemplo das voltas e reviravoltas que jogaram todas as peças para a cima e fizeram o jogo recomeçar do centro. Diversos segmentos foram balançados, desde jornais a serviços de transporte. Amanhã pode ser o seu. Por isso, ao avaliar sua marca, localize qual problema ela resolve na vida das pessoas. Não é a tecnologia que a torna obsoleta. Mas a miopia em pensar que o mercado, as vendas e os lucros vão continuar lá para sempre. Por isso, ouvido atento na música que está tocando o seu segmento. Assim sua marca pode antecipar-se e viver para a próxima fase.

 

Previous Post Next Post

Você pode gostar também

2 Comments

  • Reply Felipe Schmitt-Fleischer - Tentar agradar todo mundo pode ser a receita para o desastre - Felipe Schmitt-Fleischer

    […] até a forma como ela é produzida. No meio disso tudo, uma indústria sofreu uma bela revolução, como falamos um pouco nesse artigo. Um fato curioso é que a super oferta de artistas, bandas e canções fez com que a disputa por […]

    novembro 6, 2019 at 8:22 am
  • Reply Felipe Schmitt-Fleischer - Marcas têm apenas 15 segundos de fama? - Felipe Schmitt-Fleischer

    […] Já fizemos anteriormente paralelos entre marcas e a música. Algumas semelhanças entre ambas permite explorar um pouco mais. Um estudo feito por Lukas Schneider e Claudius Gros do Instituto Goethe em Frankfurt encontrou fatos bem curiosos na indústria musical. A análise envolveu as paradas musicais dos Estados Unidos, Grã Bretanha, Alemanha e Países Baixos desde 1979. Primeira constatação que hoje as estrelas pop têm muito mais rivais para disputar o topo. Três décadas atrás, em um ano havia cerca de 12 álbuns número 1, hoje são mais ao redor de 40. Anteriormente os álbuns levavam semanas para subir ao topo, hoje se não chegam lá logo na estréia provavelmente nunca o alcançarão. A rapidez com que os artistas caem fora no ranking também aumentou dramaticamente. Um álbum de sucesso fica menos da metade do tempo nas paradas do que há 25 anos. […]

    março 11, 2020 at 7:32 am
  • Leave a Reply